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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Pesquisas sobre PSP: relações com DNA, alimentação e fármacos

Um dos grupos internacionais de suporte de PSP dos quais faço parte postou na semana passada um blog de um professor de neurologia, Lawrence I. Golbe, que é diretor do departamento de doenças de movimento da Rutgers Robert Wood Johnson Medical School em New Jersey, EUA. 

Curiosa que sou, já fui logo ler as entradas do blog dele, e vou compartilhar com vocês uma das que eu achei mais interessantes. Não vou traduzir toda a postagem pois não consegui (ainda) autorização direta do professor para isso. Logo, vou apenas fazer uma resenha da postagem e deixar o link para quem quiser vê-la na íntegra.

A primeira que eu escolhi é sobre um artigo publicado na última semana de março de 2014 relatando que o DNA de portadores de PSP tem um padrão incomum de pequenas marcações químicas em algumas áreas, incluindo a área que possui o gene que produz a proteína tau. 


Para quem não sabe ou nunca ouviu falar, tau é a proteína que forma as bolhas anormais em células cerebrais em PSP, chamado de "emaranhados neurofibrilares." Sua função normal é para ajudar a manter o esqueleto interno das células cerebrais, que funciona como sistema de monotrilho para o transporte de nutrientes para onde eles são necessários .As proteínas tau são abundantes nos neurônios do sistema nervoso. Quando as proteínas tau possuem defeitos podem levar ao aparecimento de estados de demência, como a doença de Alzheimer e a Paralisia Supranuclear Progressiva. 

Mas voltando ao padrão incomum de marcações químicas... Tais marcações são chamadas de "grupos metílicos" e são muito simples - cada um é apenas um átomo de carbono com três átomos de hidrogênio sobre ele. Lembraram das aulas de química? Bom, então agora vamos para as de biologia: sabe-se que a tal "metilação" dos aminoácidos de DNA é uma forma de regular a codificação do DNA para as proteínas. Na PSP, a proteína tau é anormal em várias formas, e a metilação anormal do gene da proteína tau poderia ser o motivo. 

Vocês devem estar se perguntando: e aí? E aí que essa investigação concluiu que a mutação na ordem de bases no DNA faze com que a metilação fique anormal, o que causa a paralisia supranuclear progressiva. E também que a metilação pode ser influenciada pelo ambiente químico da célula, sendo exemplos certas toxinas ou deficiências nutricionais. . Portanto, esta nova descoberta sugere que devemos olhar com mais atenção para esses tipos de coisas como possíveis causas da PSP. Também sugere que os fármacos que afetam a metilação podem potencialmente parar ou retardar a progressão da doença. 

Isso quer dizer que: 

1) Se descobrirem o motivo da mutação é possível tentar evitá-la;
2) Fatores externos como alimentação e certos medicamentos podem colaborar para o surgimento da PSP. 

Claro que pesquisas levam tempo, mas embora talvez os portadores de PSP de hoje não poderão usufruir de tais descobertas, os futuros poderão. 

Talvez possamos contribuir fazendo uma lista dos medicamentos que os portadores de PSP que conhecemos tomaram durante a vida, especialmente aqueles que foram ministrados por mais tempo ou em doses maiores. Podemos até mesmo listar os hábitos alimentares de cada um. Quem sabe não conseguimos contribuir para essa pesquisa tão importante? 

Para quem quiser ver a postagem original na íntegra, segue o link abaixo:


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